Estas vilas conservam um conjunto de elementos monumentais e artísticos que se recomendam pelo valor e interesse dos exemplares que chegaram até nós. As quintas e casas apalaçadas do século XVIII, as Igrejas, capelas, alminhas e cruzeiros, Cavalete S. Vicente, Museu Mineiro-Casa da Malta, Vale do Rio Ferreira; Praia Fluvial (Rio Ferreira). Destacaremos aqui alguns destes valores patrimoniais que caracterizam estas duas Vilas.
A existência de um Pelourinho, que eram símbolos importantes da jurisdição e autonomia concelhia, para além do seu interesse patrimonial, atesta também a importância histórica de Fânzeres. Fechadas entre muros e portões, elevam-se por entre a urbanização atual, casas senhoriais tradicionais, solares e palacetes. Aqui, por se manter fiel às suas origens, é de destacar pela sua beleza e qualidade arquitetónica.
Situada na Rua da Igreja, desconhece-se a data da sua edificação, apenas consta na frontaria 1701. Em 1836 era a Junta da Paróquia que zelava pela Igreja. No entanto, não dispunha de receita, sendo as Confrarias a fazerem as obras. A Confraria do Santíssimo Sacramento doou o sino grande e mais dois pequenos, tendo levado a cabo a construção da torre sineira em 1875. Em 1894 houve um douramento do Altar-mor e em 1927 fez-se a sua eletrificação. A última remodelação foi em 1992.
Situada na Rua de Santa Eulália. Capela semi-pública, é pertença atualmente (2003) de Manuel João Jorge. Esta Capela é a mais antiga da freguesia (1670). Na sua frontaria sobressai uma porta retangular, emoldurada por uma simples faixa granítica, com um vistoso ferrolho. Por cima da porta existe um azulejo da padroeira Santa Eulália. Na fachada existe um frontão triangular interrompido. Tem espaço para um coro, balaustrada a madeira. Possui um único altar em talha.
Situada no Largo de Santa Bárbara, construída em 1697. Esta Capela foi erguida com verbas reunidas pelos fanzerenses, após uma forte trovoada que matou 3 pessoas, em honra da padroeira de Santa Bárbara. Esta Capela foi alvo de vários restauros. Em 1871 foi reedificada uma Sacristia. Apresenta uma arquitetura simples, na sua fachada a porta principal é retangular, com duas janelas de cada lado, terminando com um arco de volta perfeita. A fachada é composta por um campanário com dois sinos. As paredes interiores encontram-se revestidas a azulejos azuis e brancos, representando motivos florais e volutos. De cada lado do altar existem duas imagens, uma da da padroeira Santa Bárbara e de Nossa Senhora Auxiliadora.
Situada na Rua de Tardinhade, reconstruída entre 1955/1960. O acesso à Capela faz-se por uma porta retangular, revestida a granito. Tem apenas duas janelas. Devido ao espaço exíguo tem apenas bancos individuais. As paredes interiores são parcialmente revestidas por azulejos, com motivos florias, em tons de castanho, branco e azul. Existe um nicho interior, que resguarda a imagem de Santo António.
Situada na Rua dos Vanzeleres. Exemplar de construção palaciana do século XVIII. Construída em 1703. Por cima da porta tem um pequeno óculo oval. A fachada é rematada por um frontão triangular interrompido ao longo das pilastras; ao centro um campanário com um sino integrado num arco vazado. A parede lateral, voltada a sul, tem uma pequena janela quadrangular que ilumina o interior, na parede norte existe uma porta que estabelece a ligação entre a Quita e o coro. Num pequeno terreiro encontra-se uma cruz em pedra, que fazia parte da via sacra. Existe um pequeno altar em talha policromado, em que predomina o azul e o branco. No altar encontra-se a imagem da padroeira, a Senhora da Conceição (imagem primitiva). Também primitivos permanecem o cálice e os paramentos presentes nas cerimónias religiosas.
Situada no cruzamento da Rua de Manariz com a das Cruzes, construída por volta de 1958. A sua padroeira começou por ser Santa Filomena, a partir da altura em que o Vaticano deixou de reconhecer esta Santa como tal, a padroeira passou a ser a Nossa Senhora de Fátima. O pórtico coberto por um arco em ogiva. Do lado direito da porta uma elegante torre sineira, que suporta um sino. Do lado nascente, uma simples porta retangular, emoldurada por uma cantaria de granito, ladeada por duas janelas de cada lado, estas são rematadas por arcos de volta perfeita, com moldura granítica.
Situada na confluência da Rua dos Crisântemos com a dos Cravos, foi inaugurada em 1995. Capela de estilo moderno. Com um amplo salão. As paredes do salão até meio são revestidas a azulejo, representando temas florais. Do meio para cima são lisas e brancas, preenchido com figuras da via Sacra. No altar-mor, ao centro, ergue-se uma cruz, com a imagem de Cristo crucificado, por trás, fica a área da sacristia, que guarda a primitiva imagem da Senhora da Saúde. A Sacristia dá acesso a um piso superior, outro lanço de escadas dá acesso à Cripta. O acesso à torre sineira é feito pela porta da entrada principal da capela.
A Estátua do Soldado (ex-libris) de Fânzeres, esteve na origem a ideia de homenagear os soldados da Guerra Colonial, até se chama "Monumento aos Heróis do Ultramar". Segundo a Monografia da Vila de Fânzeres, esta estátua não é feliz, uma vez que retrata um soldado em posição assassina de uma guerra considerada injusta.
A Inauguração deu-se ainda no decorrer da Guerra Colonial (1971), com a presença do Presidente da República. A freguesia de Fânzeres foi escolhida para prestar esta homenagem aos soldados combatentes, nas lutas nacionais e internacionais, devido à sua grande participação. O autor da obra é o escultor Teixeira Lopes (sobrinho).
Situado no Largo Júlio Dinis, construído em 1940, vulgarmente conhecido pela designação de "Cruzeiro da Costa". É um testemunho de arte, de fé, nacionalidade e raízes locais. Neste cruzeiro estão esculpidos o Escudo Nacional, a Cruz de Avis, a Cruz de Cristo. No verso, esculpiu-se o Escudo de Fânzeres, onde aparecem as atividades económicas mais relevantes da freguesia e o seu patrono. Na parte superior observam-se cachos de uvas e espigas de trigo, um coração de filigrana e uma serra e buril. Na parte inferior observam-se uma caravela sobre ondas, alusivo ao Divino Salvador, padroeiro da freguesia de Fânzeres.
Primeira escola a ser construída em São Pedro da Cova, mantendo-se em funcionamento até 2013. Após o seu encerramento foi-lhe atribuída nova função, como Centro de Convívio para Idosos.
Na fachada mantem a inscrição original “Casa de instrução primária da freguesia de São Pedro da Cova, feita por iniciativa de Manuel Alves Vieira e José Martins de Castro, em 1881”.
Projeto do Grupo ARS Arquitectos (Fernando da Cunha Leão, Fortunato Cabral e Morais Soares).
Monumento de rara beleza, com linhas arquitetónicas contemporâneas de um traçado completamente inovador à data da sua construção. Inaugurada a 22 de setembro de 1963 substituiu a anterior Igreja datada de 1860. De notar que a sua construção deve-se ao esforço e empenho do pároco, Padre António Joaquim Alves das Neves que, movendo as suas influências junto da direção das Minas de Carvão, com um grupo de paroquianos fiéis bairristas, movimentaram instituições públicas e governamentais no sentido da angariação de fundos para tal construção.
O povo da freguesia teve aqui um empenho e dedicação extraordinários tornando-se o principal fator contributivo para a sua construção, sempre acarinhado e estimulado pelo seu pastor.
Esta Capela foi construída em 1834, conforme monografia do Concelho de Gondomar de autoria de Camilo de Oliveira. De acordo com esta monografia esta bicentenária Capela foi mandada construir por um proprietário do Lugar de Belói, a expensas suas, por benesses recebidas, manifestando, deste modo, a Nª Sra. das Mercês as graças recebidas.
Foi durante todos estes anos, até 1994, o único lugar de culto da zona Sul da freguesia, onde se celebravam todos os atos de Culto.
Conta-se que foi construída pelos habitantes do lugar de Belói em especial pelos "Lavradores " como agradecimento a Nossa Senhora pelas mercês concedidas, daí advém o nome: Capela Nossa Senhora das Mercês.
Sofreu várias obras de remodelação, o que originou alterações do seu traçado original.
Em homenagem a todos os homens e mulheres, muitos deles oriundos de zonas rurais do Douro, Tâmega, Sousa entre outras, que entre finais do século XVIII e meados do século XX, trabalharam em condições desumanas nas Minas de Carvão de São Pedro da Cova, na extração do carvão mineral, utilizado na produção da energia a vapor e elétrica.
Foi inaugurada a 1 de maio de 2008, (dia do trabalhador) a escultura que representa o Mineiro no seu coletivo.
Inicia o seu percurso, em labirinto, na freguesia vizinha de Campo, concelho de Valongo, desaguando as suas águas tão apetecíveis por turistas, veraneantes, pescadores e população em geral, no rio Sousa, este afluente do famoso Rio Douro.
Serviu este rio em tempos idos, da praia muito animada e concorrida, de regadio dos campos que lhe limitam o leito, de instrumento de grande e verdadeira higiene às gentes que habitavam nas suas proximidades, que aproveitando os seus "braços" mais propícios e/ou "levadas" mais acessíveis levavam, nas suas águas grandes "carregos" de roupa. Com o aparecimento de algumas indústrias, nas proximidades da sua nascente, lançavam para as suas águas detritos "coloridos" que não só estragavam as roupas que nas suas águas eram lavadas como matavam toda a fauna piscícola que neste rio habitava.
As suas margens constituem autênticos espaços de lazer onde o Verão convida muita gente dos vários pontos da freguesia, concelho e distrito a passarem tempos bem agradáveis.
Torre, com 38,5 m de altura, em betão armado, entra em funcionamento a 4 de fevereiro de 1935, com a função de suportar duas roldanas que permitiam mover duas jaulas (elevadores) que realizavam o transporte de carvão, desde a exploração subterrânea até ao exterior. Foi projetado pelo Eng.º Charles Tournay (Belga) e construído pela empresa do engenheiro Fernando Moreira de Sá.
Excelente exemplar de património arquitetónico, arqueológico e industrial, demarca-se entre a paisagem, estando classificado como Monumento de Interesse Público, desde 19 de março de 2010.
Simboliza o período áureo da exploração de carvão mineral – antracite –, a que está definitivamente ligada a história de São Pedro da Cova, que desde a sua descoberta, em finais do século XVIII, se tornou num centro catalisador de migração.
O departamento de minas da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto esteve de uma forma muito especial ligada a esta obra, utilizando frequentemente as instalações para estudos específicos, escolhendo a imagem do Cavalete para seu "logotipo".
Museu Mineiro de São Pedro da Cova foi inaugurado a 30 de setembro de 1989, numa antiga Casa da Malta (alojamento de operários mineiros migrantes - os malteses).
Tem marcado a diferença na defesa da memória e da identidade mineira desta comunidade, bem como na divulgação e dinamização do património geológico e mineiro de São Pedro da Cova.
A exposição permanente do Museu explora questões geológicas, utilizando para isso a sua coleção de fósseis da fauna e flora local, bem como amostras de carvão, aprofundando também a história da exploração mineira de carvão em São Pedro da Cova, expondo objetos ligados ao desmonte, tratamento e expedição do carvão.
Que força é essa que trazes nos braços? Monumento aos operários mineiros de São Pedro da Cova – Rua Pedro Álvares Cabral
Obra da autoria do arquiteto Mário Marques, realizada pela empresa Ricardo & Barbosa, Lda., é formada por chapas de aço cortem, unidas em forma de um triângulo escaleno, interrompidas ao centro por vidro que permite expor um bloco de carvão mineral extraído das Minas de Carvão de São Pedro da Cova, que havia sido oferecido pela Paróquia de São Pedro da Cova à Junta de Freguesia. Surge como agradecimento pelo esforço de todos os que trabalharam nas minas de carvão, apresentando assim uma configuração que representa o esforço efetuado pelo antebraço dos operários mineiros durante o desmonte do carvão.